Breves HeSTÓRIAS

[NOVO QUADRO]

"Negósso de Droga"
Tava lá, estendido no chão, era só um moleque. Disseram que dois homens chegaram numa moto sem placa e fizeram vários disparos contra ele. O rapaz tava escutando um funk antigo, morreu cantando. Soltaram até fogos na vizinhança, parece que ele não era muito querido no bairro. Costumava andar aos berros nos fins de semana, pedindo dinheiro a um e a outro nas ruas, intimidando os pais de família. Tal sujeito fez mal ao viver, fez bem ao morrer. E tava lá, um bando de gente curiosa ao redor do morto, os sinais de vida perdidos no meio da lama, numa velha rua de calçamento. Trajava uma camisa de torcida organizada, na qual havia ofensas ao time rival. Terá sido, dessa natureza, o motivo do crime? Ninguém no local quis dizer muito, os curiosos apenas observavam o corpo inerte. De repente, o repórter do programa policial inicia a matéria, comenta o caso e aborda a mãe da vítima, que reforça o pranto ao ver a equipe de reportagem chegar por perto. Desatou num chororô único, cheio de caretas ridículas, perdoáveis em função de tamanha dor. Com a voz embargada ela respondeu às perguntas do repórter.

- Sei não, ai meu Deur-du-céu! Sei quem fez isso com ele não, meu sinhô!
- Ele tinha muitos inimigos?
- Ele andou brigando cuns cara ai que ele andava, meu sinhô, só o qu’eu sei.
- Ele usava drogas?
- Não, meu fí era trabalhadô, só às veiz que ele saía por ai, se juntava cuns malando.
- A população ta dizendo que ele era viciado em drogas, a senhora confirma?
- Sei não, meu sinhô, ele num era negósso de droga não, só fumarra maconha às veiz.

2 comentários:

Sessyllya ayllysseS disse...

Caramba, seus diálogos são incríveis! Mesmo sendo mineira, consigo imaginar direitinho o sotaque das personagens, o jeito delas...

Pobre do rapaz... Nem usava droga, só um baseado pra relaxar de vez em quando...

Anônimo disse...

"Sei não, meu sinhô, ele num era negósso de droga não, só fumarra maconha às veiz."

aaaaaaaaah quem n sua neh
=/